No passado dia 26 de julho um
grupo de 33 pessoas das paróquias de Vila Nova de São Bento, Vila Verde de
Ficalho, Sobral da Adiça e da comunidade de A-do-Pinto partiu em plena
madrugada rumo ao Aeroporto da Portela, em Lisboa. O grupo fervilhava, ao pensar
na viagem de avião, mas principalmente pela perspetiva de uma semana em
peregrinação por Itália, o berço da Cristandade e a terra onde viveram tantos
santos e santas por nós venerados. Em Grândola juntou-se a nós a Catarina,
sobrinha do Pe. Francisco, e no aeroporto o grupo ficou completo com dois
angolanos, a Judith e o Kiangeben.
Partimos em direção a Veneza
onde aterrámos perto da hora de almoço e viajámos de barco até à Praça de São
Marços. Esta pequena viagem foi suficiente para admirar a beleza da cidade que
surge das águas. Visitámos a deslumbrante Basílica de São Marcos onde se
encontra o túmulo do Apóstolo e onde celebrámos Eucaristia. Em seguida
visitámos o Palácio dos Doges, antigo palácio onde era governada a cidade e
onde eram condenados os criminosos que passavam pela famosa Ponte dos Suspiros
a caminho da prisão. Tivemos então algum tempo livre, ao final da tarde, que
aproveitámos para um inesquecível passeio de gôndola.
No dia seguinte visitámos
Pádua e a sua bela Basílica de Santo António onde rezámos junto ao túmulo do
Santo português e celebrámos Eucaristia. Partimos em direção a Florença onde
visitámos a Piazza della Signoria onde era governada a cidade, a Igreja da
Santa Cruz que guarda os túmulos de Galileu Galilei entre tantos outros. Continuámos
a nossa visita a Florença com a Basílica de Santa Maria della Fiore, uma
monumental catedral completamente revestida a mármore branco, rosa e verde.
Admirámos o Batistério da cidade, fora da Catedral, com uma porta em ouro
maciço com cenas do Antigo Testamento. Concluímos a visita na Ponte Velha, uma
ponte ladeada de ourivesarias e com uma passagem superior para que a poderosa
família Médicis não tivesse que contactar com a população para atravessar a
ponte.
No terceiro dia da nossa
peregrinação fomos até Assis, cidade natal de São Francisco e de Santa Clara.
Rumámos à Porziuncula, a singela capela fora de Assis que São Francisco
encontrou em ruínas e, estando aí a rezar num momento de profunda crise
interior, falou-lhe Cristo de um cruxifixo bizantino: Francisco, reconstrói a
minha Igreja. São Francisco reconstruiu aquela capela como símbolo da igreja
material, e fundou a Ordem Franciscana para a reconstrução da Igreja imaterial.
Visitámos a igreja construída no local onde era a casa do Santo, e a sua
Basílica onde celebrámos Eucaristia. Visitámos também a Basílica de Santa
Clara, outra grande Santa de Assis que seguiu os passos de São Francisco. Ao
entardecer fizemos, comovidos, o percurso de 3 quilómetros que os franciscanos
percorriam de Assis à Porziuncula onde rezá- mos o terço e participámos numa
procissão pela paz.
No quarto dia seguimos os
passos de São Bento e fomos até Subiaco. Celebrámos Eucaristia no Mosteiro
dedicado à irmã gémea de São Bento, Santa Escolástica, e visitámos com grande emoção
a gruta onde São Bento viveu durante três anos isolado do mundo. Este foi um
dos momentos fortes da Peregrinação. Foi impressionante contemplar a pobreza
onde o Santo Padroeiro viveu, num local tão inóspito, tão inacessível… Foram os
frades do convento que existia por cima da gruta que o tornaram superior do
Convento e que o tentaram envenenar por considerarem a sua Regra muito
exigente. Foi nesse local que o corvo tirou o pão a São Bento, salvando-o da
morte certa. De seguida fomos até Montecassino para onde São Bento se dirigiu
depois deste episódio e onde fundou o seu primeiro convento da Ordem
Beneditina. Mais uma vez num sítio muito elevado e isolado, surge um mosteiro
magnânimo dentro do qual está a Basílica de São Bento e Santa Escolástica. Dentro
da Basílica rezámos junto aos túmulos destes dois santos. Ao entardecer
entrámos em Roma, a cidade eterna, ao som do Hino Pontifício: “Ó Roma eterna,
dos mártires, dos santos!”
No quinto dia começámos por
visitar a Basílica de Santa Maria Maior e a Escada Santa, trazida do palácio de
Pôncio Pilatos onde Jesus foi condenado. Fomos à Basílica de São João de
Latrão, a primeira basílica da Cristandade, seguida da Piazza Navona. Fomos à
Igreja de Santo António dos Portugueses onde celebrámos Eucaristia. Deitámos a
moedinha na Fontana di Trevi, passámos pela Piazza de Espanha e subimos a
escadaria da Trinitá dei Monte.
No sexto dia viajámos no
tempo, até à Roma Antiga. Visitámos o Coliseu, o Arco de Constantino, o Fórum,
e vimos inúmeras ruínas de monumentos que testemunharam o poder do Império
Romano. Chegámos então a um dos locais mais importantes do mundo. Passámos a
fronteira e entrámos no Vaticano. Como diria o Pe. Francisco, estávamos em
casa. Visitámos algumas galerias do Museu do Vaticano e essa visita culminou na
lendária capela Sistina, repleta de pinturas magníficas, onde são eleitos os
Papas, sucessores de Pedro. Percorremos a Basílica de São Pedro e fomos até ao
túmulo do Apóstolo. “Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”
(Mt 16, 18). E assim foi. Por cima do túmulo do Apóstolo foi construída a maior
Basílica do mundo. Nesta Igreja grandiosa sentimo-nos tão pequenos… Junto ao
túmulo de São Pedro professámos a nossa fé e a fé da Igreja fundada sobre
Pedro, no início do ano da Fé (2012/2013). Terminámos a visita à Basílica
rezando perto do túmulo do Beato João Paulo II. Terminámos este dia na Praça de
São Pedro, essa magnífica Praça que liga o Vaticano à Cidade Eterna.
No sétimo e último dia da
Peregrinação acordámos muito cedo para irmos até Castelgandolfo, a residência
de Verão de Sua Santidade, o Papa. Chegámos perto das 8 horas e conseguimos
ficar perto do local onde iria decorrer a Audiência Papal que se iniciou às
10h30. Ouvimos, emocionados, um Padre indicar que assistiam à Audiência
peregrinos da Paróquia de Vila Nova de São Bento, Beja. Foi imensa a emoção de
ver o Papa tão perto de nós, de o ouvirmos falar em português, de recebermos a
sua bênção, para nós e para aqueles que amamos… Depois deste momento
inesquecível e de grande comunhão e unidade com a Igreja Católica Apostólica
Romana da qual fazemos parte, fomos até à Basílica de São Sebastião onde
visitámos as catacumbas onde eram sepultados mártires cristãos mortos em Roma
mas também cidadãos anónimos. Na Basílica de São Sebastião venerámo-lo no seu
túmulo e celebrámos Eucaristia. Seguimos para a Basílica de São Paulo fora de
Muros onde se encontra o túmulo de São Paulo. Depois desta belíssima Basílica
dirigimo-nos ao Aeroporto de Leonardo Da Vinci, em Roma, e partimos de volta a
nossas casas, muito mais ricos do que fomos. Esta peregrinação foi muito
importante para todos aqueles que nela participaram. Voltámos diferentes, com a
fé fortalecida pelo exemplo dos Santos e pelos locais onde peregrinámos, pelas
dificuldades próprias do peregrinar e pela graça de sentir que Jesus caminhava
connosco.
Teresa Romeiro Valente
Maria Cristina Barroso
Joana Romeiro Valente
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